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Há algumas semanas, tornou-se pública a insatisfação de um grupo de moradores do Moneró, no que diz respeito ao barulho oriundo do colégio Paranapuã, localizado na Rua Jaime Perdigão. O grupo relata que a instituição, instalada na localidade em 2008, não possui alvará do Corpo de Bombeiros para atuar, além de estar com sua alçada comprometida. No total, são 653 estudantes, quando a capacidade é para 444. O problema torna-se maior quando, em dias de Educação Física, a quadra da instituição entra em funcionamento. Por tratar-se de uma importante via do bairro, onde a concentração de idosos é um fato, os moradores mencionam que o barulho é intolerável e providências devem ser tomadas imediatamente.

Processos no Ministério Público e do Meio Ambiente já foram abertos, mas segundo a autora dos mesmos, Paloma Gonzales, desapareceram dos respectivos órgãos sem nenhuma explicação ou rastro. A moradora complementa: “Um relatório da perícia técnica do Meio Ambiente constatou que o barulho está incomodando os vizinhos, mas o colégio não quer nem saber e continua fazendo sua baderna, principalmente nos dias de Educação Física”, afirma Paloma em cartas enviadas aos principais veículos de divulgação da Ilha.

Em resposta, o Colégio Paranapuã afirma que todos os documentos confirmando a autorização encontram-se disponíveis nas dependências da unidade, assim como no site www.colegioparanapua.com.br. Para todos os interessados, a escola se propõe a esclarecer possíveis dúvidas, aproveitando para participar que são 35 anos de atuação na região, prestando seus serviços da melhor maneira possível. Adelson Madarino, assessor de direção do colégio, declara que “o barulho que o Paranapuã faz vem de todas as famílias que comemoram a aprovação de seus filhos nos vestibulares, escolas militares e técnicas”. Logo que novas informações estejam disponíveis, o blog voltará a comentar sobre o assunto.

Moradores mencionam que o barulho oriundo da escola está atrapalhando os vizinhos do bairro.

Criado em 1950, um loteamento habitado pelos mais abastados moradores da Zona Norte do Rio acabou se transformando numa das regiões mais graciosas da Ilha do Governador. Daí, mais um bairro foi criado: o Moneró, que acabou absorvendo o nome de seu antigo proprietário, o italiano Francisco Moneró, graças a um decreto que estabeleceu a denominação do lugar.

Nos primórdios, um loteamento as margens de um mangue... Hoje, um dos lugares mais valorizados da Ilha!

Nos anos 80, o bairro se firma com um dos mais valorizados da Ilha, e é presenteado com uma extensa área de lazer, as margens de um antigo manguezal. Essa área é mais conhecida sob o pseudônimo de “Corredor Esportivo”, com extensão de mais de 2 mil metros, com quadras para a prática de esportes, parque de recreação infantil e pista para ciclistas. Tudo isso em perfeita harmonia com a natureza que, por mais que  seja lentamente destruída, ainda encanta com um deslumbrante pôr do sol, único em toda a região!

Com 2 mil metros do extensão, o Corredor Esportivo mistura o capricho do homem com as obras da natureza!

O mangue citado anteriormente nada mais é do que a Praia do Dendê, para muitos ideal para a pesca de siri e caranguejo… Alguém se arrisca a degustar tão exóticas iguarias de um local devastado pela poluição? É o voto de confiança que os moradores depositam na Ilha!

A moradora Bernadete, frequentadora assídua, festeja a beleza e lamenta a sujeira...

Apesar de todos os problemas, em 2001 um relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas considerou o bairro com um dos melhores locais para se morar em todo o estado do Rio de Janeiro! Não bastante todos os encantos e considerações, o Moneró ainda foi beneficiado pelo movimento propiciado pelo Shopping Ilha Plaza, inaugurado na década de 90, e responsável por desencadear extraordinário crescimento na economia da Ilha.

A tranquilidade, unida à bela paisagem, fazem do Moneró um dos bairros mais apreciados pelos insulanos.

Em breves momentos nesse lugar, dá pra perceber que a natureza faz a sua parte brilhantemente, e aparentemente os orgãos competentes também – ainda que seja natural observar alguns esgotos a céu aberto e lixo acumulado ao longo da ciclovia. Ainda assim, é uma da áreas mais conservadas de toda a região, e para que continue havendo o progresso, basta que seus moradores e frequentadores cuidem desse oásis com todo o apresso que merece!

* Todas as fotografias presentes no post são de autoria de Rafael Vieira.