Mais um dia de sol para os insulanos, mais uma oportunidade para a Ilha do Governador demonstrar sua áspera beleza para quem quiser, e puder. Continuando as andanças por terras atípicas, o blog teve a possibilidade de desbravar duas das áreas mais povoadas do local: o Cacuia, com seu comércio celebrado e em constante progresso, e o Cocotá, que promove a junção do belo com o decadente, da finesse com o ríspido… Não acredita? Basta caminhar por poucos minutos na selva de pedras a beira-mar!
O Cacuia, localizado na parte central da Ilha, é única e necessária em seus pormenores: a feira livre, o comércio popular, os supermercados e as lojas de departamento são opções mais em conta para as compras. E lá que encontra-se o berço do samba insulano, com a quadra da União da Ilha fervilhando desde já com os preparativos para o carnaval do próximo ano.
Um dos locais mais democráticos de toda região, é onde todos os moradores recolhem-se para o descanso eterno: e lá que observa-se o único cemitério da Ilha do Governador, adentrando por quarteirões incansáveis e surpreendendo com sua geografia, no mínimo, curiosa – os túmulos são dispostos, por vezes, na diagonal. Para completar, o Hospital Paulino Werneck, tímido, solitário e quase abandonado. Espera-se, por sinal, que novos ventos possam dar fôlego à instituição.
Em alguns minutos, chega-se ao aterro do Cocotá, não menos importante economicamente. A força do comércio é tamanha que até aos domingos a feira livre encontra espaço e público para alcançar o seu ápice. É em uma praça adaptada, com possibilidades para todas as tribos, que o Cocotá agrada à Gregos e Troianos. Do skatista à criança, do jovem ao idoso, das mães aos capoeiristas, todos possuem espaço no lugar, verdadeira Torre de Babel tupiniquim!
A atual – mas nem por isso superior – estação das barcas é localizada na Praia da Bandeira. Difícil é conceber que um lugar tão bonito possa padecer em frente à um povo tão animado e descontraído. Uma unidade da UPA foi construída recentemente no lugar, com a intenção de amenizar o fluxo intenso do Paulino Werneck. Aparentemente, a empreitada vem obtendo relativo sucesso.
Para completar, a Lona Cultural Renato Russo dá mais graça e promove a cultura ao lugar. Vale lembrar, também, que o cantor foi morador da Ilha durante alguns anos de sua vida. Justa homenagem para figura tão importante para todos Brasil, eternamente venerado pelos saudosos contemporâneos.
* Todas as fotos presentes no post são de autoria de Rafael Vieira e foram alteradas através de programa de edição de fotografias.
isso é o que eu posso chamar de “extração máxima”! rsrs faltou citar o morro do Dendê e o posto de Saúde… mas aí já é querer demais também! sem contar o antiquíssimo supermercado mundial que deve ter sido um dos primeiros do Rio… pra quem mora na ilha, isso significa muito! lembra muito a minha infância por exemplo… quando subia pra casa pagando um real! HAHAHA mas essas são peculiaridades de quem mora na Ilha a muito tempo… gostei do post! meu bairro foi bem apresentado (o que mais faltou foi a foto da quadra da União… tirando isso, tá tranquilo)!
Gostaria de Parabenizar primeiramente o blog pela iniciativa de revelar fatos, e histórias da nossa querida Ilha do Governador, coisas que nós moradores não temos o conhecimento. O texto é fantástico, simples e de fácil entendimento. Ponto para o Autor! Uma coisa que me chamou muito atenção ( até meio poética esta declaração) não sei se foi intenção do autor em revelar a contradição que há na foto que revela´o cemitério da cacuia. Uma árvore cheia de vida em um lugar fadado à morte. Fantástico!! Uma das mais belas fotos( por que possui alma) já feita neste post. Parabéns ao Autor.
Adriano Caldas